Qual a importância do Planejamento familiar

30 de março de 2011



Com tantos desafios para o estabelecimento financeiro e profissional da mulher, muitas vezes a decisão de engravidar fica para mais tarde. E é aí que entra uma das maiores conquistas do casal: o direito ao planejamento familiar, que oferece a possibilidade de escolher quando e quantos filhos se quer ter, contribuindo para a saúde da mulher e da criança em curto e longo prazos.
Conciliar carreira e família exige mesmo fôlego extra - segundo o IBGE, entre 1996 e 2006, por exemplo, o nível de ocupação feminina aumentou quase 5 pontos percentuais. O professor titular Sergio Peixoto, do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), explica que a “mulher moderna” difere em múltiplos aspectos da clássica “mulher do lar”.

"Os objetivos [da mulher] são mais amplos atualmente, envolvendo aspectos profissionais e culturais. O interesse familiar é mais tardio e acompanhado de maiores índices de mudanças de quadro obstétrico e clínico", ressalta o também professor associado livre-docente de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Para essas mulheres, o planejamento familiar acaba sendo a melhor escolha. Dessa forma, elas conseguem avaliar qual a melhor época para engravidar. Mas a simples decisão de programar a gestação exige uma série de medidas para que seja efetiva.

"Para que o planejamento familiar seja bem-sucedido, importa avalizar condições maternas físicas e psíquicas em paralelo ao passado obstétrico (no caso de primigesta – ou seja, mãe de primeira viagem). São ressaltados esquemas de vacinação e hábitos de vida, entre os quais sedentarismo e eventual uso de drogas, fumo ou álcool", explica o Dr. Peixoto.

Para o professor titular da FMABC, a gestação começa antes mesmo da concepção, ou seja, no momento em que o casal decidir engravidar. Isso porque o preceito básico do planejamento familiar é alcançar menores índices de morbidade e mortalidade materna e fetal. Em termos práticos, isso inclui os nove meses habituais da gestação, e o período preventivo da pré-concepção, que, no geral, envolve tempo médio de 3 a 4 meses, o que configura a gravidez de 12 meses.

Antes de programar a gestação, o casal precisa se assegurar de que os aparelhos reprodutores estejam em boas condições para funcionar de forma adequada. "Fazer a manutenção da saúde genital envolve, além dos cuidados higiênicos, a manutenção de um equilíbrio do eixo menstrual e criterioso planejamento familiar", destaca o especialista.

Dependendo da idade da gestante, é preciso passar por testes para avaliar as condições da gravidez. "A capacidade reprodutora em termos de idade materna e do número de filhos é pontual e deve ser avaliada em função de parâmetros clínicos e na avaliação da reserva folicular ovariana (população de células germinativas)”, destaca o Dr. Peixoto.

“Na prática, a dosagem do hormônio folículo-estimulante (FSH) plasmático no início do ciclo sugere valores limites, acima dos quais a reserva folicular estaria comprometida", complementa.

Fator emocional
Mas e se, depois de todo o planejamento, a concepção demorar a acontecer? Isso é mais normal do que parece, e está sujeito a grandes influências do fator emocional.

"Ele representa um parâmetro constante no ciclo reprodutivo, e a sua caracterização deve ser inicialmente conduzida pelo obstetra, o que promoveria maior aderência aos cuidados solicitados e à orientação específica", ressalta. Alguns casos podem precisar inclusive de acompanhamento psicológico, acrescenta o médico.

Mas não são apenas os fatores emocionais que influenciam. Os anatômicos também podem ser responsáveis pela demora na concepção. "Cirurgias prévias com remoção de ovários ou da estrutura de útero ou tubas podem dificultar a normal fecundação e a vida ovular", explica.

Se a dificuldade persistir, o casal pode ainda recorrer à reprodução assistida, que "veio em socorro de casais que tenham dificuldades físicas ou emocionais que bloqueiam a concepção ou evolução da gestação", afirma.

"A reprodução assistida, por meio da anamnese (entrevista com o paciente para diagnosticar possíveis doenças), exame físico e criteriosa complementação laboratorial, permitirá selecionar casos e individualizar os que seriam gratificados com o auxílio dos procedimentos técnicos específicos à reprodução humana", conclui o Dr. Peixoto
 Fonte :gineco

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